A Ordem dos Nutricionistas apresentou os seus contributos no âmbito da consulta pública ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) “Recuperar Portugal, Construir o Futuro”, considerando que a recuperação e resiliência do país também passa pela abordagem das questões alimentares e nutricionais, que manifestamente estão ausentes nas reformas e investimentos elencadas neste plano. Estes contributos versaram sobre três componentes da Dimensão Resiliência: saúde; respostas sociais; e eliminação das bolsas de pobreza em áreas metropolitanas.
A Ordem dos Nutricionistas demonstrou a importância que a nutrição assume na prevenção e no tratamento da doença, sendo fundamental garantir a eficácia da intervenção dos nutricionistas em todas as vertentes de atuação. Foi ainda reforçada a evidência de que a intervenção nutricional está igualmente associada a uma melhor saúde física e mental, estado nutricional e qualidade de vida, pelo que as estratégias de prevenção, promoção e intervenção nutricional dirigidas às populações têm impactos muito positivos aos níveis social e da saúde e, para além disso, têm um impacto económico que se repercute na redução de custos associados aos sistemas da segurança social e de cuidados de saúde, para além dos efeitos positivos na produtividade laboral e na equidade social.
A atual crise pandémica tem um significativo impacto a nível da insegurança alimentar, sentida principalmente pelos grupos populacionais mais vulneráveis, nomeadamente aqueles pertencentes a estatutos socioeconómicos mais baixos, pelo que estas situações carecem de sinalização para encaminhamento específico.
Assim, este PRR deverá garantir cuidados de nutrição à população portuguesa, assegurando a presença de nutricionistas em contextos essenciais como são os cuidados saúde primários, os cuidados hospitalares, bem como o setor social e solidário.
A Ordem dos Nutricionistas continuará a contribuir para que seja salvaguardada a saúde nutricional da população.