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'Nutrição e Problemas Ligados ao Álcool' - Videoconferências SICAD 2021

'Nutrição e Problemas Ligados ao Álcool' - Videoconferências SICAD 2021
26 de Fevereiro de 2021

A Ordem dos Nutricionistas e o SICAD, no âmbito dos compromissos FNAS, organizaram, no dia 24 de fevereiro, uma videoconferência sobre "Nutrição e Problemas Ligados ao Álcool", direcionada para profissionais de saúde, nomeadamente os dos CAD e IDT.



O ciclo das videoconferências SICAD prosseguiu no dia 24 de fevereiro, abordando o tema “Nutrição e Problemas Ligados ao Álcool”. Teve como conferencistas convidadas, quatro nutricionistas: Carla Lopes, do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, Maria João Gregório, Diretora do Plano Nacional Para a Alimentação Saudável, da Direção-Geral da Saúde, Maria Palma Mateus, da Universidade do Algarve e Delphine Dias, da Ordem dos Nutricionistas.


A moderação desta sessão, que contou com 145 participantes, esteve a cargo de Manuel Cardoso, Subdiretor-Geral do SICAD e  Secretário-Geral do Fórum Nacional Álcool e Saúde (FNAS) que salientou a relação desta videoconferência com o FNAS, visto enquadrar-se no compromisso da Ordem dos Nutricionistas, no âmbito deste fórum.


Carla Lopes falou sobre o impacto do consumo de bebidas alcoólicas na saúde da população, visível, nomeadamente, no número de mortes, em 2016, três milhões, e como principal fator de risco para a morte prematura e incapacidade entre pessoas de 15 a 49 anos. Referiu, também, que a carga de doença atribuível aos homens é cerca de três vezes maior do que para as mulheres. 


A segunda conferencista, Maria João Gregório, divulgou alguns resultados do inquérito sobre alimentação e atividade física em contexto de contenção social, provocado pela Covid 19, entre abril e maio de 2020, que envolveu uma amostra de 5 874 indivíduos com mais de 16 anos. Verificou-se que o período de confinamento induziu a alterações alimentares, manifestadas por 58,1% dos inquiridos, que a consideraram para melhor, e 41,8%, para pior. Os fatores que contribuíram para estas mudanças foram as alterações dos horários de trabalho, o modelo de compras, o stresse vivido, as alterações de apetite, e o receio com a situação económica. No consumo de bebidas alcoólicas houve um aumento, sobretudo, nos indivíduos do sexo masculino, na faixa etária entre os 35 e os 54 anos, e nas pessoas com maior nível de escolaridade.  A diminuição do consumo registou-se, igualmente, nos indivíduos do sexo masculino e na faixa etária entre os 16 e os24 anos.


A dieta mediterrânica e a ingestão de bebidas alcoólicas foi o item abordado pela nutricionista Maria Palma Mateus que começou por caracterizar a dieta mediterrânica, onde o vinho está incluído, tal como o pão e ao azeite. Defendendo que não se pode descontextualizar o consumo destas bebidas, do padrão alimentar que lhe está associado, referiu que o vinho está mais ligado às datas festivas e a cerveja ao contexto relacional de descontração social. 


Delphine Dias foi a última conferencista, tendo abordado as caraterísticas nutricionais das bebidas alcoólicas, nomeadamente, os seus atributos, particularidades e propriedades, tentando perceber o que as carateriza e distingue. Os aspetos nutricionais foram referidos relativamente à nutrição, nutrientes e componentes que as constituem, e o seu valor energético. No final, aproveitou para apresentar alguns equivalentes energéticos entre as bebidas alcoólicas e alguns alimentos. De forma curiosa, ficamos a saber, por exemplo, que um copo de vinho verde branco com 118 kcal, é equivalente a duas fatias de salpicão ou, ainda, que uma garrafa de 330ml de cerveja branca com 132kcal, é equivalente a um croquete de carne.


No encerramento, Manuel Cardoso referiu o recém apresentado Plano Europeu de Luta Contra o Cancro e a sua relação, na área preventiva, com o consumo de álcool, tendo mencionado que, no espaço europeu, de todas as mortes relacionadas com o consumo de álcool, 29%, são com cancro. Pretendendo reduzir até, pelo menos, 10% o consumo nocivo do álcool até 2025, a Comissão Europeia propõe-se rever a legislação europeia relativa à tributação do álcool e à aquisição transfronteiriça de álcool por particulares, reduzir a exposição dos jovens ao marketing do álcool, e realizar intervenções breves de base científica, relacionadas com o álcool, nas estruturas de cuidados de saúde primários.






Fonte: SICAD, online, 25 de fevereiro de 2021