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Lista de 'conselhos dos hospitais' para 'fortalecer o sistema imunológico' tem fundamento científico? Falso

Lista de 'conselhos dos hospitais' para 'fortalecer o sistema imunológico' tem fundamento científico? Falso
01 de Fevereiro de 2021

O QUE ESTÁ EM CAUSA?

Está a circular nas redes sociais uma lista de "conselhos dos hospitais de isolamento para fazer em casa", de modo a "fortalecer o sistema imunológico", desde refeições quentes, ovos, água e vitaminas até "alimentos alcalinos" que alegadamente servem para "eliminar o vírus". Estas práticas têm algum efeito comprovado na prevenção e tratamento da COVID-19?

A imagem em causa, partilhada por milhares de pessoas nas redes sociais, apresenta uma lista de "conselhos dos hospitais de isolamento para fazer em casa". Na sua maioria de cariz alimentar, estes "conselhos" são descritos como "cuidados que são tomados nos hospitais" visando "fortalecer o sistema imunológico".


Desde a toma de vitaminas C e E até à ingestão de uma "refeição com ovo uma vez por dia", passando por "beber 1,5 litros de água diariamente" ou evitar as refeições frias. É ainda recomendado "estar ao sol durante 15 a 20 minutos" entre as 10h00m e as 11h00m e dormir no mínimo entre sete e oito horas. A publicação faz ainda referência ao consumo de alimentos alcalinos "para eliminar o vírus".


polígrafo lista hospital falsa

Estas práticas têm algum efeito comprovado na prevenção e tratamento da COVID-19?


"Nós sabemos que, na atualidade, não existe qualquer tipo de tratamento universal - seja através de alimentos, seja através de medicamentos - que nos permita evitar o contágio e tratar a COVID-19", sublinha Alexandra Bento, bastonária da Ordem dos Nutricionistas, questionada pelo Polígrafo.


A nutricionista considera que "é importante que as pessoas percebam que um estilo de vida saudável ao longo da vida torna o nosso sistema imunitário mais robusto e conseguimos melhor fazer face a qualquer tipo de doença - e em qualquer tipo de doença também se encaixa a COVID-19". Doenças associadas a uma vida mais sedentária - tais como a obesidade e doenças cardiovasculares -, segundo informa a Direção-Geral da Saúde (DGS), integram os grupos de risco para a COVID-19, podendo desenvolver formas mais agressivas da infeção.


Algumas das recomendações patentes na publicação - como beber 1,5 litros de água e dormir entre sete e oito horas - fazem parte dos conselhos para uma vida saudável, mas não há uma relação direta com a prevenção e tratamento da COVID-19. Por outro lado, sugestões como a suplementação de vitaminas sem prescrição médica pode causar problemas de saúde.


"Nós temos de ter a noção de que qualquer suplemento - e as vitaminas também são suplementos - tomado sem nenhuma prescrição, sem nenhum aconselhamento por parte de profissionais de saúde, pode induzir problemas porque não é necessário", adverte Alexandra Bento. Os suplementos de vitaminas e nutrientes podem ser receitados por médicos e profissionais de saúde quando é identificado um défice no paciente. Nesse caso, deve ser seguido o tratamento prescrito pelo médico


A suplementação de vitaminas não tem eficácia comprovada no tratamento da COVID-19, tal como já foi verificado pelo Polígrafo em artigos recentes (pode ler aqui ou aqui).


"A alimentação saudável é importante para gozar de boa saúde ou para uma melhor recuperação do estado de saúde, mas circular este tipo de informação é muito perigoso", sublinha a bastonária, acrescentando que estes conselhos podem criar uma "falsa percepção de proteção", seja face ao contágio pelo vírus, seja durante o processo de recuperação da COVID-19. Algo que, em ambos os casos, é "completamente falso".


No que concerne aos sintomas, a maior parte coincide com os indicados pela DGS. "Os sinais e sintomas da COVID-19 variam em gravidade, desde a ausência de sintomas (sendo assintomáticos) até febre (temperatura ≥ 38.0ºC), tosse, dor de garganta, cansaço e dores musculares e, nos casos mais graves, pneumonia grave, síndrome respiratória aguda grave, septicémia, choque sético e eventual morte", informa-se na página da DGS, onde se refere também a "anosmia (perda do olfato) e em alguns casos a perda do paladar". 



[CONTINUAÇÃO]




Fonte: Polígrafo, online, 01 de fevereiro de 2021

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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.


Na escala de avaliação do Facebookeste conteúdo é:

Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações "Falso" ou "Maioritariamente Falso" nos sites de verificadores de factos.


Na escala de avaliação do Polígrafoeste conteúdo é:

FALSO

International Fact-Checking Network